A Natureza da Mordida: Reflexões entre Verdade, Mentira e Tempo
- Thaina Dantas
- 6 de jan.
- 1 min de leitura

O livro A Natureza da Mordida, de Carla Madeira, embora não seja uma sequência, apresenta aos leitores uma dor para cada tempo.
Cada obra, à sua maneira, toca algo desconhecido que habita em nós. São três histórias distintas que, talvez, componham uma única narrativa.
Em A Natureza da Mordida, o valor da mentira é escancarado, revelando como estamos atrelados a ela de diferentes forma
s. A frase que atravessa o livro — "não saber nem sempre é o pior lugar" — ecoa como uma reflexão não só sobre a trama, mas também sobre a vida.
Para aqueles que defendem a verdade como se houvesse apenas uma, o saber é sempre o senhor da casa, mesmo que isso leve à ruína do edifício inteiro.
Mas a mentira, assim como as alucinações de um paciente em surto psicótico, possui seu valor. Ela traz os dentes afiados que mastigam uma realidade que nossa boca banguela ainda não é capaz de suportar.
A verdade é que a mentira, muitas vezes, nos carrega no colo, embalando-nos como um bebê que ainda não está pronto para enfrentar o desamparo do mundo. E ela não age por má intenção, mas por cuidado — porque para cada dor existe um tempo, e ninguém deve se apressar em sofrer. Afinal, como diria Biá: "não saber nem sempre é o pior lugar."
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